A primavera havia
chegado e eu programava mais uma escalada, como minha filha havia
comentado que um dia gostaria de experimentar uma subida em montanha
resolvi convida-la e ela topou. A montanha escolhida mais uma vez foi
o Gozaisho, primeiro pelas facilidades na montanha e segundo por ter
um teleférico, o que facilitaria a descida caso ela ficasse
muito cansada.
Nos programamos e
partimos em um agradável sábado de sol.
A trilha já
era conhecida por mim o que evitaria qualquer contratempo, começamos
a subir no ritmo que ela determinou, estava rápido demais e
apesar de eu alerta-la ela disse que tudo bem e continuou tocando o
ritmo.
No inicio da subida
encontramos famílias inteiras e muitos idosos, fomos deixando
todos para trás de forma que fiquei até surpreso. Como
não costumo descansar nesse tipo de subida deixei que ela
comandasse também as paradas, a primeira demorou a vir, cerca
de uma hora depois do início e aí ela pregou. Foi um
erro muito grande deixar ela no controle pois depois dessa pausa
seguidas paradas se sucederam e o avanço ao cume ficou
comprometido.
Em um trecho do
percurso parecíamos não evoluir, além do ritmo muito
mais lento a paisagem não mudava, era pedra atrás de
pedra e um sol de rachar a moringa. Quando voltamos para dentro da
mata o ânimo dela parece ter sido retomado, aceleramos o passo
e chegamos em uma canaleta rochosa que leva ao topo, por essa
canaleta a água minava de forma exagerada devido ao degelo da
montanha. Um pouco de esforço ali e logo estávamos no topo do
Gozaisho.
Havia muita gente lá
em cima, logo deixei que ela descansasse e fizemos uma parada para a
refeição, afinal de contas ainda tínhamos que
atravessar o o topo para chegar ao cume principal. Depois de
alimentados e descansados paramos para ver o resto de neve que ainda
derretia, naquele local onde semanas atrás crianças
brincavam com os seus trenós coloridos. Ela parecia radiante
só de poder pisar e mexer em um pouco de neve, assim como
todas as crianças presentes, afinal somos de uma região
onde a neve não faz parte do cotidiano no inverno.
Para ela tanto fazia
alcançar o cume, mas fiz questão que ela chegasse lá,
eu tinha que mostrar para as pessoas que mesmo uma criança
pode subir uma montanha. O valor que ela dará a isso virá
com o tempo quando ela recordar o seu primeiro cume. Depois de
uma eternidade de 3 horas e 40 minutos chegamos no cume, na descida
ela muito satisfeita quis rolar na grama que no inverno fora uma
pista de esqui.
A descida foi leve,
caminhamos até a entrada do teleférico, aguardamos na
fila e descemos de forma confortável. Para mim claro teria
sido melhor uma descida por terra, mas o objetivo foi cumprido, minha
Princesa sofreu um pouco mas chegou lá em cima me dando a
satisfação de ter guiado alguém ao topo pela primeira
vez. Como recompensa pra ela, compramos lembranças do local e
tomamos um merecido e escaldante banho em um onsen.
GALERIA
Nenhum comentário:
Postar um comentário