terça-feira, 6 de novembro de 2012

Monte Gozaisho e a Princesa da Primavera


A primavera havia chegado e eu programava mais uma escalada, como minha filha havia comentado que um dia gostaria de experimentar uma subida em montanha resolvi convida-la e ela topou. A montanha escolhida mais uma vez foi o Gozaisho, primeiro pelas facilidades na montanha e segundo por ter um teleférico, o que facilitaria a descida caso ela ficasse muito cansada.

Nos programamos e partimos em um agradável sábado de sol. 
A trilha já era conhecida por mim o que evitaria qualquer contratempo, começamos a subir no ritmo que ela determinou, estava rápido demais e apesar de eu alerta-la ela disse que tudo bem e continuou tocando o ritmo.

No inicio da subida encontramos famílias inteiras e muitos idosos, fomos deixando todos para trás de forma que fiquei até surpreso. Como não costumo descansar nesse tipo de subida deixei que ela comandasse também as paradas, a primeira demorou a vir, cerca de uma hora depois do início e aí ela pregou. Foi um erro muito grande deixar ela no controle pois depois dessa pausa seguidas paradas se sucederam e o avanço ao cume ficou comprometido.

Em um trecho do percurso parecíamos não evoluir, além do ritmo muito mais lento a paisagem não mudava, era pedra atrás de pedra e um sol de rachar a moringa. Quando voltamos para dentro da mata o ânimo dela parece ter sido retomado, aceleramos o passo e chegamos em uma canaleta rochosa que leva ao topo, por essa canaleta a água minava de forma exagerada devido ao degelo da montanha. Um pouco de esforço ali e logo estávamos no topo do Gozaisho.

Havia muita gente lá em cima, logo deixei que ela descansasse e fizemos uma parada para a refeição, afinal de contas ainda tínhamos que atravessar o o topo para chegar ao cume principal. Depois de alimentados e descansados paramos para ver o resto de neve que ainda derretia, naquele local onde semanas atrás crianças brincavam com os seus trenós coloridos. Ela parecia radiante só de poder pisar e mexer em um pouco de neve, assim como todas as crianças presentes, afinal somos de uma região onde a neve não faz parte do cotidiano no inverno.

Para ela tanto fazia alcançar o cume, mas fiz questão que ela chegasse lá, eu tinha que mostrar para as pessoas que mesmo uma criança pode subir uma montanha. O valor que ela dará a isso virá com o tempo quando ela recordar o seu primeiro cume. Depois de uma eternidade de 3 horas e 40 minutos chegamos no cume, na descida ela muito satisfeita quis rolar na grama que no inverno fora uma pista de esqui.


A descida foi leve, caminhamos até a entrada do teleférico, aguardamos na fila e descemos de forma confortável. Para mim claro teria sido melhor uma descida por terra, mas o objetivo foi cumprido, minha Princesa sofreu um pouco mas chegou lá em cima me dando a satisfação de ter guiado alguém ao topo pela primeira vez. Como recompensa pra ela, compramos lembranças do local e tomamos um merecido e escaldante banho em um onsen.


GALERIA






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